Historial do Edifício

O Antigo Cine-Teatro Carlos Manuel
Construído em 1945 sob projeto do arquiteto Manuel Joaquim Norte Júnior, o então Cine-Teatro Carlos Manuel foi, durante muitos anos, o único cinema de Sintra. Durante cerca de 40 anos fez parte do quotidiano da vida social e cultural Sintrense, encontrando-se fortemente enraizado na memória coletiva do município.
Ao incêndio que, em 1985, destruiu grande parte do edifício, seguiram-se alguns anos de abandono durante os quais eventos culturais temporários utilizam parcialmente os espaços ainda disponíveis.
Reconhecendo não só o valor e representatividade do edifício, como a necessidade de uma nova sala de cinema e espetáculos para a vila de Sintra que pudesse abrigar, entre outros, eventos do já prestigiado Festival de Sintra, a Câmara Municipal decidiu adquirir o imóvel – o que se concretizou em 1987 – e promover a sua reconversão e reabilitação.

Opções e Critérios de Intervenção
As principais opções e critérios da intervenção foram, desde o início, claramente definidos, compreendendo os seguintes aspetos:
1. Reconhecimento da qualidade e valor do edifício de Norte Júnior, não só pelas características intrínsecas da construção, mas também enquanto testemunho histórico, no qual, ao longo de várias décadas de usufruto coletivo, se foi sedimentando a memória da vida cultural sintrense. Não sendo viável uma recuperação integral, propôs-se a recuperação e salvaguarda dos espaços e elementos construtivos mais marcantes, de que se destacaram:
1.1. O conjunto das fachadas do corpo principal;
1.2. Os foyers principais e seu revestimento de pavimentos, lambris e tetos;
1.3. As escadarias principais, de nobres proporções e desenvolvimento, com guardas metálicas policromáticas de desenho Art Déco;
1.4. As paredes de alvenaria de pedra envolventes e definidoras da geometria da sala principal e a estrutura e laje do balcão;
2. Execução de alterações e adaptações na antiga sala, de modo a compatibilizá-la com as novas exigências de programa, nomeadamente no redesenho do perfil da plateia e fosso de orquestra;
3. Construção do novo corpo de cena, da sala de cinema, da sala de ensaios, de espaços de apoio e técnicos, implantados nas áreas demolidas e no jardim contíguo; execução de nova cobertura sobrelevada, incorporando todas as infraestruturas e isolamentos acústicos indispensáveis; escavação adicional sob o foyer do Auditório Jorge Sampaio para implantação do bar principal;
4. Como princípios orientadores da reconstrução e ampliação, procurou-se que as novas construções e materiais marcassem a contemporaneidade da intervenção, demarcando-se com clareza dos espaços e elementos pré-existentes, os quais seriam restaurados ou reconstruídos como originalmente, sempre que possível;
5. Por último, foi proposto o arranjo dos espaços exteriores adjacentes:
5.1. A passagem de ligação ao antigo Casino, atual Museu de Arte Moderna, permitindo a partilha e complementaridade das instalações, ligação já prevista nos estudos originais de Norte Júnior e nunca executada;
5.2. O pórtico de entrada, estrutura de porte monumental, referência à memória dos antigos teatros de ópera no seu aparato, conferindo uma nova escala e presença urbana ao Centro Cultural;
5.3. Tratamento da Praça Dr. Francisco Sá Carneiro.

Aspetos de Programa
O programa final, resultado da adequação das expectativas e necessidades iniciais aos condicionamentos próprios do local e da sua história, engloba assim um conjunto de salas, áreas de apoio e espaços técnicos de grande qualidade técnica e funcional. Todo o conjunto se articula em função das duas salas principais:
O Auditório Jorge Sampaio (Grande Auditório) tem uma lotação total de 967 lugares, sendo destes 68 em lugares amovíveis no prolongamento da plateia sobre o fosso de orquestra e os restantes distribuídos numa plateia, no balcão e em dois níveis de galerias laterais. É uma sala de teatro polivalente, preparada para receber todos os espetáculos de música, teatro, ópera e dança, bem como congressos e conferências.
O Auditório Acácio Barreiros (Pequeno Auditório), com uma lotação de 272 lugares, concebido como sala de cinema e de conferências, está igualmente equipado para pequenos espetáculos de música e teatro. De entre os espaços de apoio mais significativos, destacam-se uma Sala de Ensaios de área equivalente à cena do Auditório Jorge Sampaio ou ainda um conjunto de camarins coletivos subdivisíveis e de 6 camarins individuais que, no total permitem receber cerca de 172 artistas em simultâneo.
Como complemento à Sala de Ensaios, previram-se diversas salas de ensaio individuais tratadas acusticamente, bem como espaços de apoio funcional – salas de adereços, de lavagens, de rouparia etc. O novo corpo de cena, duplicando na vertical o volume da Cena, as duas coxias aproveitando toda a largura disponível do terreno, um subpalco, ligado ao novo fosso de orquestra e a zonas de armazenamento e de trabalho, são, talvez, os espaços de maior envergadura e importância para o funcionamento do Auditório Jorge Sampaio.
De relevo é também o equipamento de cena, com teia e três níveis de varandas, duas plataformas elevatórias no fosso de orquestra, toda a estrutura de quarteladas integralmente desmontáveis do pavimento da cena e, sobretudo, o sofisticado e totalmente motorizado conjunto de varas que constituem a teia. Ambos os auditórios dispõem naturalmente das correspondentes régies de som e imagem e cabines de tradução simultânea.
Ao longo dos foyers foram previstos diversos núcleos de instalações sanitárias e de bares. O núcleo administrativo, constituído por gabinetes de trabalho e de reunião, recebe a direção do Centro; várias outras salas, anexas às áreas das régies do Auditório Jorge Sampaio, permitem também receber as equipas técnicas e de produção. Está prevista a possibilidade de funcionamento autónomo das duas salas, dispondo cada uma delas de infraestruturas e espaços de apoio técnico independentes, embora todo o conjunto e respetivos foyers e circulações estejam interligados, podendo funcionar como um todo.
Lisboa, Outubro 2008

João Monteiro Andrade e Sousa, arq.º (*)
Miguel Andrade e Sousa, arq.º(*)
(*) Arquitectos autores do projecto de remodelação e ampliação.
MORADA
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